Ciranda da Arte

PROJETO ARTE EDUCAÇÃO NO CURRÍCULO

O projeto Arte Educação no Currículo é voltado para a formação de professores e estudantes da Rede Estadual de Educação. Tem como proposta realizar ações pedagógicas, didáticas e artísticas dentro do contexto escolar oferecendo cursos, oficinas, palestras, materiais didáticos e realizando apresentações, exposições, performances artísticas/didáticas a fim de aprimorar e complementar o ensino/aprendizagem de Arte no currículo da educação básica.

O projeto possui um perfil itinerante, onde a equipe de professores do Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte vai até a escola no momento presencial de formação, procurando atender todas as CREs (Coordenadoria Regional de Educação), uma por vez, em cada circulação de formação.  A equipe de formação do Arte Educação no Currículo é formada por professores da Rede Estadual de Educação (SEDUC-GO).

As ações do Arte Educação no Currículo são desenvolvidas na perspectiva de compreender criticamente as manifestações artísticas, ao mesmo tempo em que buscam contextualizá-las para oportunizar o conhecimento relacionado à prática com a contextualização social/cultural. A compreensão crítica de elementos artísticos, tais como, imagens, movimentos, gestos e sons entre outros, implica desenvolver e ampliar o olhar sobre o mundo, uma vez que aproxima as produções artísticas das experiências de vida dos sujeitos de seu contexto cultural, social e afetivo. 

 

O projeto conta com a coordenação da professora Cintia Carla de Queiroz e direção geral de Euzamary Pimenta Gouvea.

O curso Circuito Formativo é uma das frentes do projeto Arte Educação no Currículo, voltada ao fortalecimento do trabalho pedagógico em Arte por meio de ações sistematizadas de formação continuada para professores e de experiências artístico-educativas para estudantes da Rede Pública Estadual de Ensino.

Na vertente destinada aos professores, o curso tem carga horária de 40 horas e aborda aspectos conceituais, metodológicos e práticos do ensino das linguagens artísticas — Artes Visuais, Dança, Música e Teatro — articulando os componentes curriculares à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ao Documento Curricular para Goiás Ampliado (DCGO) e às especificidades das unidades escolares.

Já na vertente voltada aos estudantes, o Circuito oferece atividades de formação de plateia, com propostas de fruição e apreciação artística, oficinas, palestras, rodas de conversa, performances e espetáculos, contribuindo para o desenvolvimento da sensibilidade, da escuta estética e do pensamento crítico dos educandos. Esta etapa não possui uma carga horária fixa, pois se organiza de maneira flexível, respeitando os contextos e as demandas de cada escola participante.

Nessa abordagem, os cursos oferecem uma formação integral do cursista através da discussão, reflexão, troca de experiências, apreciação, estudos e a prática docente dentro do contexto escolar.

Os cursos são realizados na modalidade Ensino Híbrido, observando o disposto da resolução do Conselho Estadual de Educação do Estado de Goiás (CEE) / PLENO nº02, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2008 e RESOLUÇÃO CEE/PLENO N. 04, DE 29 DE MAIO DE 2015, de acordo com a demanda local, com vistas a atender à necessidade de capacitação na região metropolitana e nos demais municípios nas modalidades Ensino Híbrido.

Dentro da modalidade Ensino Híbrido, algumas aulas serão realizadas presencialmente, enquanto as demais aulas seguem por meio do ambiente virtual moodle.

O circuito “Memória e Ancestralidade” é um chamado, um convite para o exercício do reconhecimento e reflexão. Ao trazermos esses termos, propomos um encontro com nossas raízes individuais, familiares e sobretudo com nossas raízes coletivas, enquanto brasileiras e brasileiros.

Essa ação formativa engloba: uma palestra com conceitos basilares e iniciais de letramento racial destinada a formação de professores e estudantes; uma vivência arte-educativa voltada para as relações étnico-raciais e coleta de dados com estudantes colaboradores; aulas síncronas com oficinas afro referenciadas e assíncronas pela plataforma Moodle para professores cursistas.

“Memória e Ancestralidade” foi idealizado pelo Coletivo TeCer – Território Cerrado –, um grupo de professores/as artistas do Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte orientadas/os pelo desejo de investigar, instigar, acolher  e produzir estudos pesquisas com diálogos e reflexões sobre temas que tratam de raça, classe,  etnia, gênero e sexualidade.

Em termos objetivos, nossa proposta nada mais é do que colocar em prática o que já está na Constituição Brasileira (BRASIL, 1988), LDBEN (BRASIL, 1996), nas Leis Nº 10.639/2003 e 11.645/2008 – que instituíram a obrigatoriedade do estudo da História e Cultura da África, Afro-Brasileira e Indígena, além de outras diretrizes educacionais mais recentes, tanto as nacionais quanto as estaduais.

Professores/as propositores/as:

Aissi Kárita da Silva, Bernardo Paula Bernades Aguiar, Cristiane Gomes dos Santos.

A oficina “Afro Estandartes: Homenagem às Mulheres Desconhecidas” propõe a criação colaborativa de estandartes, explorando sua potência como expressão artística e manifestação da cultura ancestral brasileira. Referências como Rosana Paulino, Aline Motta e Dalton Paula inspiram as composições visuais que buscam provocar reflexões sobre memória, ancestralidade, história e os apagamentos históricos que envolvem a população negra, sobretudo as mulheres. A oficina é ministrada pela professora Aissi Kárita.

Vivência de dança afro e suas relações com as partes do corpo, em diálogo com movimentos do cotidiano do povo negro. Bases estruturais da dança afro e tipos de movimentos (percutido, cortado, vibratório, batidas; ginga, voltas, giros e saltos.)  Experimentação em dança relacionada diretamente com a formação cultural do povo brasileiro. A oficina é ministrada pela professora Cristiane Santos.

Com foco na contextualização histórica do samba afro, a oficina de percussão corporal é uma experiência formativa voltada para professores arte-educadores da rede pública de ensino. Com duração de 1h a 1h20min, a atividade busca explorar as raízes do samba afro e seu impacto na cultura brasileira, utilizando a percussão corporal como uma ferramenta de aprendizado. Conduzida pelo arte-educador Bernardo Aguiar, a oficina promove a reflexão sobre a importância da educação antirracista, incentivando a valorização da diversidade cultural e a desconstrução de estereótipos raciais nas salas de aula.

A ação/pesquisa com os estudantes consiste na apreciação e contextualização de uma imagem de círculo cromático com diferentes tonalidades de cor de pele; inspirado pelo trabalho “Polvo Color Wheel” da artista plástica, Adriana Varejão, a imagem é levada para instigar reflexões sobre relações étnico raciais, colorismo, autodeclaração, hétero-declaração e nossas próprias composições étnico raciais. Ao final os estudantes são convidados a responderem um questionário envolvendo esses assuntos e a identificar sua cor no círculo cromático.

A formação de estudante com o tema “Educação para as Relações Étnico-Raciais”, nas formações conduzidas pelo arte-educador indígena José Alecrim, é uma ação efetiva para a implementação da Lei nº 11.645/08, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nos níveis fundamental e médio, tanto em escolas públicas quanto privadas. No entanto, essa lei não prevê a inclusão desse estudo nas licenciaturas, que tornou, ao longo do tempo, desafiador trabalho das comunidades educacionais na construção de uma educação verdadeiramente intercultural. Nesse contexto, a formação conduzida pelo arte-educador indígena a partir de uma conversa com estudantes e professores aborda temas essenciais, como a Arte na concepção indígena, o letramento para a compreensão e valorização dos múltiplos saberes indígenas e a criação de um espaço de fala e acolhimento através da Arte, fortalecendo o pensamento intercultural e o diálogo entre diferentes formas de conhecimento.

“Afrofuturar e Futuro Ancestral” consiste num conjunto de 16 ilustrações digitais.  As imagens trazem o olhar da artista e arte/educadora sobre afrofuturos e mitologia dos orixás, além de buscar referências em obras de artistas negros/negras contemporâneos e na cultura pop, sobretudo na estética de HQs e Grafic Novels. As obras estão em sintonia com o  ensino-aprendizagem e produção artística em uma perspectiva antirracista, com uma proposta de colocar em prática o que já está na Constituição Brasileira (BRASIL, 1988), LDBEN (BRASIL, 1996), na Lei Nº 10.639/2003, além de outras diretrizes educacionais mais recentes, tanto as nacionais quanto as estaduais.

O formato “galeria digital” e palestra visa apresentar alguns desses trabalhos aos estudantes e demais membros da comunidade escolar, contextualizar temática e processos de criação, combater estereótipos quanto às produções de matrizes afro e instigar práticas de especulação afrofuturista em diferentes mídias e meios. A formação é ministrada pela professora Aissi Kárita.

Coletivo TeCer – Território Cerrado 

é formado pelos professores Aissi Kárita da Silva, Bernardo Paula Bernades Aguiar, Cristiane Gomes dos Santos.É um grupo de professores/as artistas do Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte orientadas/os pelo desejo de investigar, instigar, acolher  e produzir estudos pesquisas com diálogos e reflexões sobre temas que tratam de raça, classe,  etnia, gênero e sexualidade.

Aissi Kárita

Aissi Kárita é arte/educadora, ilustradora, mestra em arte e cultura visual e professora formadora no Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte.
Em seu trabalho, tanto no campo da arte/educação como na criação de imagens, tem focado em temáticas afrocentradas, voltando seu olhar sobre afrofuturos e mitologia dos orixás, buscando referências em obras de artistas negros/negras contemporâneos e na cultura pop, sobretudo na estética de HQs e Grafic Novels.