Os exercícios iniciais foram baseados em jogos reprodutivos de sons. Através destes jogos é possível desenvolver algumas habilidades, como a percepção musical e o aprimoramento da motricidade. Em jogos de reprodução sonora é possível haver uma “interação”, mesmo não sendo presencial, entre professor e aluno. Em um jogo, o aluno precisa observar, ter atenção ao ouvir, precisa esperar o seu momento de tocar, seguir regras, havendo de certa forma uma cooperação entre ambas as partes. Segundo Lopes, “É muito mais fácil e eficiente aprender por meio de jogos, e isso é válido para todas as idades, desde o maternal até a fase adulta. (Lopes, 2005, pág. 23).

A escolha dos exercícios e das músicas partiu dos seguintes aspectos, como: desenvolvimento progressivo da técnica da flauta doce, aumento progressivo da capacidade da leitura musical, desenvolvimento da percepção do aluno, sempre relacionando a teoria à prática ou vice-versa.

Apesar de as canções e dos exercícios serem de nossa autoria, procuramos, em sua maioria, compor dentro da diversidade da nossa música brasileira, bem como a escolha dos acompanhamentos rítmicos dos exercícios. É importante que o ensino da flauta doce não seja apenas um recurso que possa auxiliar na musicalização, mas que possa proporcionar o ensino da música, que ele seja contextualizado e significativo para o aluno, promovendo a democratização do acesso e do conhecimento cultural também. Alguns educadores ressaltam a escassez de materiais pedagógicos para o ensino da flauta doce, que contemplem a nossa música regional, contribuindo para a valorização de nossa cultura, pois muitos destes materiais utilizados são até traduzidos de outros países, devido à falta de materiais nacionais. Como relatam Weilandm, Sasse e Weicheselbaum, “observamos, com muita frequência, a utilização de métodos estrangeiros, alguns até traduzidos, dada a carência de material nacional (Weilandm, 2008, pág. 08).